O surgimento de uma nova banda é sempre algo individual e subjetivo, que pode ser rápido ou não. Com a brøken, no entanto, pareceu quase instantâneo e meteórico em seu nicho. Formado por Kim (vocais), Guther (guitarra), Lucas (baixo) e Ariel (bateria) há poucos meses, o grupo traz a força de um instrumental poderoso ao lado da voz única do vocalista à cena emo nacional.
O primeiro lançamento do grupo foi por onde andei, quando o quarteto de Balneário Camboriú apresentou riffs poderosos de guitarra, com drives encaixados na voz de Kim que conseguiram transbordar nos ouvidos dos primeiros fãs. Em seguida, surgiu nada dói tanto quanto um "nunca mais", que marca a razão da banda existir, feita em homenagem a Jeane Fagundes, namorada de Ariel, que nos deixou aos 23 anos em um acidente de trânsito. Foi nesse momento em que o grupo se entrosou e decidiu seguir em frente lançando outras músicas, sem querer se limitar ao acontecido.
“Nos reunimos no final do ano passado para escrever essa faixa [nada dói tanto quanto um "nunca mais"]. Um momento muito triste, doloroso, absurdamente emocional, mas que gerou a intimidade necessária entre eu, Ariel, Guther e Lucas para formar a banda. Com essa música desenhada, decidimos que não seria apenas isso”, conta Kim em entrevista exclusiva ao Lindie.
O terceiro e último single do primeiro projeto da brøken foi ela disse que já me superou, faixa que consolidou o trabalho versátil da banda. As três canções compõem o primeiro EP da banda, chorar / sorrir, lançado em setembro, que traz mais duas músicas: uma chance para mim, um adeus pra vc e chorar / sorrir (de que vale a chance de estar vivo?).
“O EP nos levou rapidamente a um novo patamar de público e consolida a presença da brøken na cena. É nossa carta de apresentação e mostra para quê viemos”, conta ele.
A escolha do nome
“O nome da brøken foi estrategicamente pensado para que você se lembre automaticamente de nós sempre que ouvir qualquer canção em inglês com essa palavra. Preste atenção: quase todas as músicas em inglês possuem a palavra broken”, responde o vocalista.
O grupo também utiliza o coração partido como logomarca principal. “Um símbolo universalmente aceito e difundido; que representa brøken mais do que qualquer outra coisa no mundo; e que representa primeiro brøken do que qualquer outra coisa”, completa ele.
Os integrantes da brøken e o emo rajada
O maior trunfo da brøken é, na verdade, a sinergia que existe entre os integrantes. Cada um ter sua peculiaridade fez com que a banda decidisse usar isso em forma de arte nos clipes, músicas e nas brincadeiras feitas pelos músicos nas redes sociais. “Representamos uma identidade nova do emo que batizamos de emo rajada. Somos o contrário do emo chorão dos anos 2000. Ninguém se metia com a gente na escola”.
Essa história é contada de forma explícita nas letras e nos clipes pela banda, que abusa do humor e da personificação dos integrantes nas redes sociais. “Todo o conceito da banda representa o que somos na vida real e, ao mesmo tempo, os nossos fãs”, diz Kim. “O agroemo, personagem criado pela brøken e que agora se espalhou pela internet, é um exemplo perfeito disso: o emo do interior – um cara simples, rústico, mas que tem sentimentos e que também se identifica com a gente. Somos todos um pouco desse cara”, completa.
É a partir desse cenário que a banda constrói o conceito do emo rajada, explorando as características de cada integrante – do romântico ao maloqueiro, do sofredor ao libertino. “Essa é a mistura que faz o emocore rajada”, finaliza o vocalista.
O futuro
Gravado e produzido em janeiro de 2022, o EP chorar / sorrir é apenas um pontapé inicial para a brøken, que já se prepara para os próximos capítulos. “Já estamos em fase avançada de produção dos próximos materiais e em breve teremos músicas novas”, comenta Kim.
No último dia 22 de dezembro, para se despedir da fase chorar / sorrir, o quarteto lançou uma versão deluxe do EP, com a faixa cansei de me explicar, que é uma versão alternativa de uma chance para mim, um adeus para você.
Ouça brøken: