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Da esquerda para a direita: Rafael Martins, Gabriel Aragão, Nicholas Magalhães e Caio Evangelista

Publicado porLuisa Pereira

em 15/08/2022

Dois anos depois, Gabriel Aragão (vocal/guitarra/teclado), Caio Evangelista (vocal/baixo), Nicholas Magalhães (vocal/bateria) e Rafael Martins (vocal/guitarra) retornaram a São Paulo para um show da banda Selvagens à Procura de Lei. Em noite de lavar a alma, o quarteto rendeu carisma, técnica e foi capaz de fazer com que o público se transformasse em um coral na Fabrique Club, em 13 de agosto.

O último show do grupo na capital paulista havia sido no lançamento de Paraíso Portátil (2019), em março de 2020. O quarto álbum de estúdio dos músicos trouxe uma aura mais introspectiva à discografia e, sem dúvidas, alterou os caminhos de suas apresentações ao vivo, já que, agora, há momentos mais intimistas que se alternam com as explosões das faixas presentes em Aprendendo a Mentir (2011) e Selvagens à Procura de Lei (2013).  

A abertura do evento ficou por conta do duo Versa Libertália, que esquentou os ouvintes e preparou o ambiente para a chegada do quarteto cearense. Já na entrada no palco, eles exalavam simpatia e saudades do público paulistano. Alguns problemas técnicos apareceram no início e a experiência dos músicos falou mais alto para contorná-los.

Contemplando cada álbum, o quarteto abriu com Amigos Libertinos e, em seguida, partiu para Dois de Fevereiro, Lua Branca, Enquanto Eu Passar Na Sua Rua, Jamoga, Brasileiro e Déjà Vu. A sequência divida entre faixas mais rápidas e lentas trouxe dinamismo ao show, que parecia não ter chegado ao seu ponto máximo ainda e mantinha parte da plateia oscilando entre a empolgação e a espera. Massarrara, Tarde Livre e Sr. Coronel ecoaram pela Fabrique com um misto de saudades e alegria.

Fabrique Club se transforma em um coro

A energia que foi se criando soltou até os mais contidos fãs da Selvagens à Procura de Lei, que cantaram em coro Sede ao Pote, Mar Fechado e Despedida. A cada música, o público intensificava a êxtase, juntamente com os músicos, que, o tempo inteiro, incentivaram ainda mais a plateia. Os versos eram cantados em alto e bom som.

Ao final, um bis foi pedido e, quando os riffs da guitarra de Rafael Martins foram ouvidos, parecia que a Fabrique iria ao chão com os gritos que ecoavam ao som de Mucambo Cafundó. Ao longo da faixa formou-se uma roda no centro da área destinada ao público, que cantava em fervorosa que “Nós moramos no país do futuro / Sob o mesmo céu, erguemos nossos muros / E aqui ninguém se importa tanto com Mucambo Cafundó”. Assim, o show foi encerrado após o momento apoteótico que tomou o espaço.

Ver a Selvagens à Procura de Lei foi, sem dúvidas, a melhor escolha para um sábado à noite de cada um dos presentes na casa de eventos da Barra Funda. Ao vivo, os músicos pareciam conseguir versões ainda mais refinadas de suas faixas e a energia transbordava, passando por cada centímetro do corpo. Os quatro pareciam entregues de alma e corpo para fazer seu retorno a São Paulo valer a pena, em especial Nicholas, que arrancava risadas, suspiros e comentários sobre sua simpatia em cima do palco.

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