Um estilo marcante chama a atenção para Lylith Pop, mas é a personalidade apresentada por ela que faz com que as pessoas não a esqueçam jamais. Natural de Porto Alegre e com residência em São Paulo, a cantora flutua entre os estilos new wave, synth-pop, pop, rock e punk com uma voz intensa e grave, além de um visual inesquecível.
A jornada da artista na música começou ainda na infância, quando começou as aulas de canto. Aos 11, fazia aulas de piano. Aos 13, cantou com Lady Gaga no show realizado pela cantora norte-americana na capital gaúcha. “Sempre fui muito fã dela, era meu sonho de vida, ainda bem que consegui realizar muito cedo. [...] Passei horas na fila, cheguei e consegui ficar na grade. Pedi pro meu professor de inglês escrever em uma A4: ‘canto parecido com você, quer ouvir?’. Então, sempre que ela olhava na minha direção eu estendia o cartaz”, conta Lylith Pop em entrevista exclusiva ao Lindie.
“Uma experiência surreal”, como descrita pela cantora, foi o que moldou o que conhecemos da identidade atual da artista. Isso porque, com a massiva divulgação de seu nome civil, Laura Pinzon, a Lylith Pop foi escolhida como uma nova representação de tudo o que ela queria. “A Lylith Pop vem de uma criança que gostava do caos, rebelde e ouvia muito que eu tinha que ser calma. ‘Você tem que… Você tem que… tem que… tem que… eu tenho que nada’”, explica ela.
“Lylith é conhecida como a deusa da rebeldia, por ser selvagem e se orgulhar disso. Estava precisando de um nome que carregasse minhas sombras, tudo o que as pessoas acham ruim. Bati no peito e disse que era assim, que ia contar sobre rebeldia, liberdade. A Lylith é, pra mim, a exaltação de todas as coisas que são muito difíceis para mim trabalhar”, completa a compositora.
A música como cura
Com uma discografia composta por um EP, De Volta à Liberdade (2022) e alguns singles, Lylith Pop entende que a música deve chegar com verdade, autenticidade e ser guiada pelo coração. Se você não tem uma mensagem, uma ideia, você não tem nada, nem a você. A música conecta, a gente usa ela para se curar, para beber com os amigos, para tantas memórias. Então se não for para ter uma lembrança, uma salvação, uma missão, para mim não tem nada. Quando lancei minha primeira música, pensei ‘tem que ser de verdade, não vou fazer nada apenas por lançar’, elucida a cantora.
Serpente, primeiro lançamento autoral, foi o pontapé inicial, o momento em que a artista percebeu que não daria para voltar. “Quando lancei pensei ‘cara, agora vou cantar sobre liberdade, medo, não ser controlada’”, lembra ela. “Não me interesso muito pelo glamour que o meu trabalho me dá, pode ser qualquer tipo, gosto muito mais de receber uma DM mostrando o quanto as mensagens das minhas músicas mudaram a vida dela”, continua.
O último lançamento de Lylith Pop foi Verbena, música escrita após um longo processo de exaustão e de beber um chá da planta que nomeia a faixa. No dia, a mensagem que precisava ser passada era de amor. Assim, a canção é uma declaração pessoal da artista que, em entrevista, avisou que nunca sentiu a coragem de dizer antes. “A música para eu compor é como um descarrego, me tira a venda, sou uma compositora intuitiva”, fala.
Em atividade desde 2019, ela gosta de dar sentido e significado para as faixas isoladamente e, depois, pensar em um projeto que pode surgir. Isso porque não gosta de sentir que a produção da música é uma imposição. “Tem que fazer quando você estiver com coração, com verdade, sem obrigação”, finaliza.
Com letras fortes, como a de Submissão, e ideais inegociáveis, Lylith Pop é, hoje, um dos nomes em ascensão no rock com maior potencial de permanecer na memória dos ouvintes.
Ouça Lylith Pop: