Se existe alguém capaz de levar outras pessoas a lugares e momentos específicos com apenas uma música, essa é Phoebe Bridgers. Uma voz suave, mas potente, capaz de usar as suas muitas nuances para transmitir diversos tipos de emoção, mostrando-se sempre vulnerável ao descrever situações cotidianas comuns e, ao mesmo tempo, tão íntimas.
A cantora, que vem ao Brasil pela primeira vez para se apresentar no Primavera Sound neste domingo (6), lançou o seu primeiro disco, Stranger in the Alps em 2017, com referências como David Bowie, Bright Eyes e Lemmy por trás. Um de seus destaques é a canção Smoke Signals, que apresenta uma série de memórias em um tom bastante melancólico.
O vídeo da música, que é o primeiro clipe oficial da artista, lembra a atmosfera de vídeos antigos de bandas como My Chemical Romance: preto e branco, com um filtro de filme velho e tons contrastados, quase como uma viagem de volta emo dos anos 2000. Já a letra, teria nascido a partir de anotações que mantinha em seu celular, como ela mesma contou ao Vulture.
Nascida em Los Angeles, nos Estados Unidos, Bridgers absorveu muito da contracultura que foi produzida ali entre 1960 e 1970, além de artistas do pop punk e emo que ouvia durante a sua adolescência. Assim, Joni Mitchell, John Lennon, Eric Clapton, The Smiths e Elliot Smith se encontram com artistas como The Cure, dando origem a descrição poética e sensível de suas canções.
Ao ouvir as canções de Bridgers, é como se você olhasse para o interior da artista e também para o seu, encarando a complexidade e os conflitos emocionais que fazem parte do próprio ser humano. Suas letras introspectivas abordam temáticas como a solidão em um mundo cheio de gente, a nostalgia por momentos não vividos e a procura do indivíduo por si mesmo.
Punished (2020), o último disco lançado pela cantora, veio ao mundo durante o início da pandemia de Covid-19 e parecia predizer muito do que viveríamos então. A canção I Know the End, que fecha o álbum, fala sobre se sentir confortável na solidão do seu próprio quarto, protegido do resto do mundo enquanto revive suas lembranças - o que foi sentido por muitos durante o lockdown.
Mesmo sendo apenas o segundo álbum da cantora, Punished levou Bridgers ao reconhecimento internacional, com quatro indicações ao Grammy, nas categorias de Artista Revelação, Melhor Performance de Rock, Melhor Música de Rock e Melhor Álbum Alternativo.
O disco, que aborda questões apocalípticas como o fim do mundo, a existência de alienígenas e situações bastante comuns no mundo moderno, como relacionamentos tóxicos, depressão, excesso informacional, se comunica com uma geração que sente muitas coisas, mas nem sempre consegue nomeá-las.
Na canção Funeral, por exemplo, Bridgers nos conta sobre um garoto que havia morrido e aborda sentimentos relacionados a tristeza e a sensação de estar sempre se afogando. Outro destaque é a música Kyoto, que ganhou uma versão belíssima após o lançamento do disco, com um instrumental delicado feito por Rob Moose.
Aos 28 anos, Phoebe Bridgers se apresenta no festival Primavera Sound neste domingo, no palco Primavera, um dos principais do evento. Seu show está marcado para começar às 18h25.
Serviço:
Primavera Sound São Paulo 2022 @ Distrito Anhembi
Data: 6 de novembro de 2022 (domingo)
Endereço: Distrito Anhembi (Endereço: Av. Olavo Fontoura, 1209 – Santana)
Classificação: +16 (de 05 a 15 anos acompanhados dos pais ou responsáveis legais)
Ingressos: À venda (https://www.eventim.com.br/campaign/primaverasoundsp) e na bilheteria oficial (Estádio do Morumbi - Bilheteria 5 - em São Paulo).
Ouça Phoebe Bridgers: