O pop punk clássico dos anos 2000 é a marca registrada da Atemiz, banda gaúcha formada em 2010. Após hiato de quatro anos, o trio retorna com frescor contemporâneo em suas produções, inspirados pela nova onda do gênero, vista nos recentes trabalhos de bandas como Real Friends, Neck Deep e Stand Atlantic.
Composta por Guto Gaelzer (vocal e guitarra), Nick Motta (vocais e baixo) e Gui Wildner (guitarra), a Atemiz mudou e amadureceu ao longo dos 12 anos de existência. Entre encontros e desencontros dos integrantes - com, inclusive, a mudança de dois deles para outras cidades, restando apenas Gui em Porto Alegre - a banda volta consolidada em meio aos esforços dos três de seguir com a música.
“Tem bastante a ver com a pandemia, o pessoal trabalhando em casa, com mais tempo, demos mais uma chance para o violão. [...] [Em paralelo] muitos discos bons saindo, Real Friends, Neck Deep, Stand Atlantic… A gente começou a escutar esses sons e começamos a pensar ‘esses caras estão trazendo a essência, mas tem algo novo’. Ficamos malucos, e começamos a conversar e fomos lançando ideias e riffs. De início, trabalhamos em uma música que o Nick já tinha, Obrigado, lançada em 2020”, conta Guto em entrevista exclusiva ao Lindie. “Estávamos loucos para tocar, mas não tínhamos equipamentos em casa, só o Nick, então começamos a investir em equipamentos, placas e, assim, recomeçou”, completa.
Após Obrigado, o trio ainda lançou Vênus e Me Sinto Só entre 2020 e 2021. Para estruturar o retorno, eles queriam soltar um material mais robusto, como um disco, inclinado a seguir seu toque clássico do pop punk e, em certa medida, trazer toques novos, típicos dos sons contemporâneos do gênero. Assim, conseguiram manter certo trabalho à distância, com as demos gravadas em casa.
Entretanto, para refinar o material e, de fato, gravar as músicas, Guto, Nick e Gui se encontraram em dezembro, janeiro e, por fim, durante quase o último mês de setembro inteiro. “Uma música nunca fica pronta, o cara vai mexendo, mexendo e uma hora desiste”, brinca Guto sobre o processo de composição, gravação e pós-produção de uma faixa.
Embarque é desabafo
Escrita por Nick, Embarque marca um ponto de amadurecimento em que é preciso aceitar que, às vezes, ir embora é a melhor opção. “Surgiu com uma grande mudança que estava acontecendo na minha vida. [...] Ultimamente a gente fica muito trancado em uma bolha se importando com o que as pessoas falam. Então deixamos muito de fazer coisas que gostamos porque achamos que as influências vão fazer com que a gente não consiga seguir em frente.”, conta Nick.
Para ele, a motivação da escrita também é pessoal. “Eu estava na fase de sair do trabalho e de trocar de apartamento. Me sentia um pouco preso, mas tem uma hora que a gente não tem mais motivos para isso”, revela. “O Embarque é embarcar para a vida, para realizar sonhos, vida adulta ou para seguir algum sonho que está se privando por conta dos outros”, completa ele.
Para o videoclipe, que será lançado em breve, o grupo usou como referência Generation Divide, da banda americana Blink-182. As gravações ocorreram tanto em um apartamento, quanto no Blink Bar, em Porto Alegre.
O disco Tipo GPS
O quarto álbum da Atemiz deve ser lançado em novembro, segundo Guto, já que está “98% pronto, questão de mixagem, tá bem encaminhado”. Com temáticas que abordam a motivação, o amadurecer e relacionamentos, Tipo GPS traz referências do pop rock, punk, pop punk e muito do emo/hardcore melódico de bandas brasileiras como Fresno (até o Revanche), NX Zero, Hateen, Forfun e CPM 22 e também da banda europeia Neck Deep. Outros grupos citados são The Story So Far, Stand Atlantic, Panic! At The Disco, Knuckle Puck e State Champs.
Guto, muito fã de Real Friends, também se inspirou no último álbum do grupo. “Tudo o que eu faço, tento fazer algo parecido, me inspirar, sou muito, muito fã deles”, relata.
Tipo GPS é produzido por Henrique Lopez, antigo parceiro da banda em outros projetos, e com participação dos bateristas Bruno Lamas e Gabi Wozniak.
Ouça Atemiz: