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Colid é formada por Lucas Guerra (voz e baixo), Gabriel Valadão (guitarra e eletrônicos) e Charles Moreira, o “Charlinho” (bateria).

Publicado porLuisa Pereira

em 24/08/2023

Ouvir a banda Colid pela primeira vez sem saber quem são os integrantes é um evento único, daqueles que você reconhece que encontrou algo que procurava. Apesar de soar familiar, existem particularidades que dão uma tonalidade singular ao trio formado por Lucas Guerra (voz e baixo), Gabriel Valadão (guitarra e eletrônicos) e Charles Moreira, o “Charlinho” (bateria).

Composto ainda na pandemia, o grupo se lançou apenas em 2023, quando já tinham músicas gravadas e o álbum de estreia fechado. Em sua apresentação nas redes sociais, feita em 13 de março, o trio se descreve como um “combinado de letras questionadoras e filosóficas, unindo peso, melodia e groove”. Quem já teve a oportunidade de ouvir Miragem (2023), primeiro trabalho da banda, pode atestar isso. 

Em entrevista exclusiva ao Lindie, Lucas conta que a banda surgiu “sem o propósito de fazer uma banda”, quando ele tinha alguns arranjos e estava gostando de ouvir música eletrônica, mas não tinha experiência para conectar esses dois pontos. “Conhecia o Gabriel há alguns anos já e ele estava produzindo esse estilo de música. Um dia mandei para ele uma ideia de arranjo de guitarra, uma demo, e pedi para ele colocar alguns sintetizadores, beats, ele topou e ficou animal. O que era para ser apenas uma música compartilhada, acabou virando duas, três, quatro”, explica. 

Depois, com o resultado que viram, quiseram registrar esse trabalho, mas precisavam de um baterista. “A primeira pessoa que pensei em chamar foi o Charlinho, já tocava com ele há muitos anos [ambos ex-integrantes da banda Pense]. Ele topou e, quando vimos, já tínhamos 11 músicas e selecionamos 10 para o álbum”, concluí Lucas.  

Miragem como disco inaugural

A Colid e o disco Miragem começaram sem a pretensão do trio de ser algo planejado, mas sim um projeto que eles poderiam experimentar. Essa proposta foi corroborada também pelo período em que o grupo se uniu: a pandemia. “De certa forma, foi até meio que um divisor porque a nossa ideia não era ter a banda. Aquele peso de termos que gravar, fazer a produção de um disco, colocar ele para rodar e já pensar em turnê. A nossa ideia era fazer um som que a gente estava confortável e aos poucos ver qual seria a melhor forma de trabalhar o disco”, comenta Charlinho.

Com toda a preocupação com as questões de isolamento social e aglomerações, o grupo aprendeu a trabalhar suas prioridades. “Sabíamos que a prioridade não era gravar a qualquer preço, a qualquer custo. A gente tinha essas preocupações das questões da pandemia, o nosso dia a dia, trabalho, e responsabilidades em casa. A gente conseguiu levar de uma forma bem tranquila sem comprometer esses pontos”, elabora o baterista.

Quando a situação sanitária melhorou e o cenário retornou à normalidade após a vacinação, eles iniciaram o planejamento para o lançamento. Deste modo, o primeiro single de Miragem, IA chegou às plataformas digitais em 22 de março. Entre elogios e críticas, o trio absorve tudo para saber o que agradou e o que é possível lapidar para os próximos sons que estão por vir. 

“O álbum está sendo bem consumido. A gente, aos poucos, está construindo o nosso público. Somos uma banda nova, chegamos agora com o nosso primeiro disco de estúdio. [...] Temos ambição de gravar um um novo single e até já pensando em um segundo disco mais para frente. Mas assim, sem aquela pressão de temos que gravar, temos que criar conteúdo, não com essa ideia, mas sim porque a gente gosta de criar e a gente sabe da nossa capacidade de fazer novos sons cada vez com mais qualidade”, elucida Charlinho.

O Oxigênio Festival para a Colid

O convite para o Oxigênio surgiu naturalmente. Lucas e Charlinho já haviam se apresentado no festival com a Pense e Piu, produtor do evento, os chamou quando Miragem foi lançado. Para montar o setlist, o trio trocará as faixas do disco de ordem para que a experiência seja nova.

“Fizemos uma introdução inédita, não tem em nenhum lugar gravada, em algumas faixas inserimos mais arranjos… Então a experiência ao vivo do show do Colid será diferente do álbum para a pessoa ir ao show e ter uma surpresa”, diz Lucas.

A preparação ganha um tom a mais porque cada integrante mora em uma cidade diferente: Lucas em São Paulo, Gabriel em Lagoa Santa (MG) e Charlinho em Belo Horizonte. “Sempre que nos encontramos, ensaiamos e, como as músicas tem muitos elementos eletrônicos, a gente toca com metrônomo e computador para soltar esses sons. Então conseguimos montar sessões em casa para cada um ensaiar separadamente e é a mesma sessão que usaremos no dia do show. Assim, apesar de estar longe, cada um está praticando seu instrumento”, explica Gabriel.

A expectativa é alta, especialmente por conta do nível das bandas nacionais e internacionais que estarão no evento. “Mesmo não sendo a primeira vez, é um festival muito grande, a gente fica muito ansioso e muito feliz por estar participando. Sabemos do potencial que podemos agregar, como uma banda nova, tem uma certa expectativa por parte do público e ainda mais da nossa parte. [...] Ficamos ansiosos porque não sabemos qual será a real sensação da galera com o festival. Queremos muito chegar e cumprir o dever de chegar no mesmo nível que todas as bandas vão se propor. Nos preocupamos muito com a qualidade do que iremos oferecer. Só cai a ficha quando subimos no palco e estamos de frente para o público”, ilustra Charlinho.

A banda Colid sobe no palco do Oxigênio no sábado, 26 de agosto, às 17h45.

Ouça Colid:

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