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Nina Fernandes está de frente, com o cabelo liso, roupa rosa e sombra verde água

Publicado porLuisa Pereira

em 08/10/2021

Com extrema doçura na voz e letras cada vez mais maduras, Nina Fernandes é uma das principais vozes da Nova MPB. O trabalho da artista, iniciado em 2017 com seu EP homônimo, se desenvolveu em um outro EP, Digitando…, em 2019, e em seu primeiro álbum de estúdio, Amor é fuga: fuja, lançado na última quarta-feira, 06 de outubro. Como tudo que permeia a vida da musicista, o disco de estreia fala sobre o amor.

As composições, mescladas entre antigas e novas, misturam uma Nina ainda menina, em 2018, com uma pessoa mais madura, em 2020. “Acho que é uma compilação de músicas, umas duas ou três faixas são um pouquinho mais antigas e com isso eu quero dizer que essas músicas não estavam concluídas, então o que eu acho interessante é isso, é um retrato de uma Nina de 2018, mas com um ponto final da Nina de 2020, porque eu achei que não seria interessante tirar coisas que eram o que faziam parte da essência daquela Nina, já que não faz sentido a gente matar aquela menina que escreveu a música com a espontaneidade daquele momento, mas eu dei uma organizada da Nina de 2020”, conta a artista em entrevista ao Lindie.

Idealizado durante a pandemia, quando Nina passou a maior parte do ano em casa, o projeto traz, ainda, a face produtora da artista, que conseguiu, em seu home studio, ter mais independência com suas criações juntamente com Victor Nery e, depois, com Tó Brandileone. “Sempre tive muita vontade de colocar mais a mão, de criar e fazer, sabe? ‘Ah, não, eu pensei que talvez se a gente pudesse ter uma melodia de um sintetizador aqui em cima, em baixo’, mas é outra coisa você estar em casa, pegar aquele teclado e tocar. Isso foi muito especial e ao mesmo tempo poder sair de casa com esse projeto e dar na mão do Tó Brandileone. É muito muito demais porque eu gosto de me envolver na produção, mas eu não sou uma produtora como o Tó, né? Então eu acho que acho que é muito importante pro artista ter espaço pra criar e poder colaborar também”, explica Nina.

“Grande parte do disco foi feita na quarentena e eu acho que é muito interessante ver o que que um artista é capaz de fazer em momentos assim. Eu tendo a estrutura que eu tinha aqui de fazer um home studio, de começar a gravar e criar. Acho que foi uma experiência inédita na minha vida, porque as músicas nasciam e eu falava, ‘putz, isso aqui é legal, então eu vou terminar logo, vou terminar a letra, a forma, fechar mais ou menos, porque eu já vou gravar, colocar um microfone aqui no violão, vou ligar o piano, vou pensar em timbres pra jogar em cima’. Enfim, são músicas que foram nascendo já com forma, já com cara, já com vibe. Isso é uma coisa inédita e eu acho que é maravilhosa”, completa ela.

A faixa te procuro, sétima do disco, é uma parceria entre a artista, Ana Caetano e Saulo, lançada na versão de Cor, do duo Anavitória, e que, agora, ganha vida na identidade de Nina Fernandes.

A poesia de Nina

A trajetória de Nina Fernandes é marcada pela voz doce e canções calmas, que tratam sobre o cotidiano, amor e idas e vindas de relações interpessoais. Em O amor é fuga: fuja, o público é apresentado a uma transição entre o passado e o presente da artista. Essa jornada começa com o lançamento do single você vai gostar de mim, que abre a história do disco. Por ser mais antiga, ela é mais próxima aos trabalhos anteriores da artista, como o EP Digitando…. Em seguida, compromisso traz esse ar mais atual e maduro da musicista. Já na disponibilização dessas primeiras faixas, era possível perceber que as letras pareciam uma continuação, apesar de não terem sido escritas com esse objetivo. 

“Acho que é impossível falar dessas músicas individualmente, elas nasceram em contextos completamente diferentes, inclusive, cronologicamente elas foram escritas em momentos muito diferentes, elas são sobre situações, pessoas distintas. Estou falando sobre a perspectiva de Ninas completamente diferentes entre si, mas à medida em que eu fui montando esse o repertório, me dei conta de que elas se encaixavam e eram pedacinhos, talvez, de um quebra-cabeça e, basicamente, fazem parte de uma história que eu pensei pra esse disco”, explica Nina. “Por acaso, mas não tão por acaso assim, é uma história com o início, meio e fim mesmo. Pessoalmente, eu não escrevi essas músicas sobre a mesma pessoa, na mesma época, não é a mesma história”, complementa. 

Além de composições mais maduras, a temática e coragem da artista de explorar o novo também fazem parte da nova faceta. Antes, a preferência por falar de coisas bonitas era predominante e, agora, não apenas o amor em seu estado mais puro ganha força no repertório de Nina. “A ordem das músicas e a medida que vai chegando no final, ele também vai ganhando essa maturidade. A primeira música é justamente você vai gostar de mim, é a música mais antiga que eu escrevi. Fechei o disco na última música que eu tinha escrito até então. Acho que é muito legal porque o público que acompanha o meu trabalho desde 2017 vai conseguir, literalmente, ouvir de onde eu vim e pra onde eu fui”, reflete ela. 

Ouça Amor é fuga: fuja:

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