A banda australiana Chase Atlantic se apresentou no último domingo, 7 de maio, no Encontro das Tribos Circus. Quase como um furacão, Christian Anthony (guitarra base e vocal principal), Clinton Cave (guitarra, saxofone e backing vocals) e Mitchel Cave (vocalista principal e baixo), que compõem o trio fixo, e Jesse Boyle (bateria) e Patrick Wild (guitarra e baixo), integrantes da turnê, entraram no palco.

Ansiosamente aguardados por um grupo de fãs, os cinco entraram após a exibição de um vídeo de abertura, incremento que aumentou a inquietação do público que foi ao evento para vê-los. Às 16h35, pouco depois do horário marcado, Stranger Things começou a ecoar, seguida por Beauty in Death, faixa-título do último álbum da banda, quase sem pausa. 

Christian Anthony se entregou durante o show / Foto: Mariana Luiza/Lindie

Durante as partes instrumentais das faixas, Mitchel perguntava continuamente como as pessoas estavam se sentindo, além de pedir para gritarem. Ao final das músicas, ele parou e, mais recomposto, começou a primeira das interações com os fãs, dizendo que adorou estar em São Paulo. No Brasil para quatro shows, a banda já sabia algumas frases em português e o vocalista principal levou os admiradores à loucura ao dizer “coisa linda”, referindo-se à plateia. 

What U Call That, presente no EP Don’t Try This (2019), foi a canção que seguiu com a apresentação. Too Late, do álbum Phases (2019), veio logo depois. No telão, era possível assistir fragmentos dos videoclipes da fase de Beauty in Death (2021), com toda a estética futurista, robôs coloridos em rosa e azul, além do tom metalizado de todo o material. 

Clinton brilhou no show e deu fôlego aos fãs / Foto: Mariana Luiza/Lindie

Drugs & Money e OHMAMI foram as próximas canções. Preenchendo todos os espaços do palco, Mitchel ia ao encontro de Christian, Clinton e Patrick em quase todas as músicas, trazendo-os mais para o protagonismo do momento. Entre essas performances, Clinton ergueu uma bandeira do Brasil, aumentando os gritos vindos dos fãs.

Patrick e Mitchel estavam em sintonia no Encontro das Tribos / Foto: Mariana Luiza/Lindie

Um dos pontos que chamaram a atenção assim que o grupo começou o show foi o volume do áudio, estranhamente mais alto do que o do restante das atrações. Em alguns momentos das músicas, era quase impossível ouvir as vozes da dupla de vocais, Mitchel e Christian, acima do instrumental. Em outros momentos, ruídos podiam ser escutados enquanto os músicos se apresentavam. No geral, esses pontos não atrapalharam a experiência dos fãs que aguardavam há anos para vê-los — a banda precisou cancelar a vinda ao país por conta da pandemia —, mas dificultou que pessoas que não os conheciam tivessem interesse pela exibição.

Em tom de brincadeira, Mitchel afirmou que o dia estava quente antes de chamar a próxima música, Swim, uma das mais famosas do grupo fora da bolha de R&B, pop rock, new wave e hip-hop alternativo. De longe, era possível ver a empolgação do grupo que estava na grade do palco 02, sempre com as mãos erguidas e cantando. O nível de êxtase dessas pessoas subiu quando, ao final da música, o vocalista bebeu um pouco d’água, jogou o restante na plateia e, em seguida, arremessou também a garrafa. 

Mitchel Cave jogou água na plateia duas vezes / Foto: Mariana Luiza/Lindie

Paranoid e Like a Rockstar chegaram na sequência, para delírio dos fãs. A essa altura, a banda já tinha feito mais algumas pessoas entrarem no ritmo, balançando de um lado para o outro, erguendo as mãos ou batendo palmas. Into It chegou avassaladora e fez com que Mitchel fizesse um trocadilho com a música anterior, Like a Rockstar, porque estava se sentindo um astro do rock em cima do palco do Encontro das Tribos, já que as pessoas mais próximas à grade cantavam cada letra que eles puxavam. 

Para fechar a apresentação, um final arrebatador: Slow Down, CHXSE e Friends. Nessa tríade, todos já estavam mais à vontade com a performance e parte da plateia do palco 02 se entregou de corpo e alma para cantar, enquanto quem não conhecia a banda aproveitava o som. Neste momento, Jesse Boyle, baterista da turnê, também ganhou seu momento de interação com o público quando disse, em português, que os admiradores do grupo eram o “amor da minha vida toda”.

Com a difícil missão de anteceder o show da Planet Hemp, banda icônica e conhecida por grande parte do público presente, a Chase Atlantic se entregou no segundo palco, levando seus fãs ao delírio, enquanto boa parte da plateia assistiu à apresentação à espera da próxima atração. Apesar de ter sido uma performance dentro dos conformes, o grupo não conseguiu romper a barreira entre as diferentes tribos presentes.

Ouça Chase Atlantic: