Em um domingo que registrou temperaturas entre 11ºC e 15ºC com chuva, a banda Putz subiu no palco da oitava edição do Oxigênio Festival e se mostrou preparada, em sintonia e merecedora de maiores reconhecimentos. O evento, que aconteceu nos dias 26 e 27 de agosto, na Barra Funda, em São Paulo, reuniu em dois dias atrações como Molho Negro, Dead Fish, Hevo84, Zander, Rancore, Jonny Craig e Chelsea Grin.
Formado por Giovanna Zambianchi (voz e guitarra), Cyro Sampaio (guitarra), Marina Izaac (baixo) e Antonio Fermentão (bateria), o grupo começou a apresentação às 15h36. Inicialmente, pela previsão do cronograma, o quarteto estaria a postos 30 minutos antes, o que não foi possível devido a um atraso generalizado do evento que impactou no horário da Putz.
Mesmo assim, quem estava presente no palco coberto já via os integrantes arrumando os equipamentos e se preparando para o show com um tempo considerável de antecedência. Assim que a Bad Luv finalizou o último acorde no palco principal, ouviu-se a primeira guitarra da Putz, que chamou o público, ainda distraído, para perto, como um encanto.
A faixa escolhida para abrir o show no Oxigênio foi Estrago, que também é o abre-alas do único disco do grupo, o homônimo Putz (2021). Por conta da dinâmica do festival, as pessoas ainda faziam a caminhada entre um palco e outro e, por isso, demoraram a chegar onde o quarteto se apresentava. Do meio para o final da música inicial, foi possível perceber mulheres que chegavam correndo e iam em direção à grade prestigiar os músicos.
Seguindo a ordem do disco, Destrói chegou logo depois, mantendo a energia proposta a princípio, ainda em escalada, sem atingir o pico máximo de cara. Pessoas dançavam na grade e espalhadas pelo espaço do espetáculo. Afogar foi a próxima, sem pausas. Da plateia, era quase palpável a sintonia entre Marina e Cyro, que, mesmo em lados opostos do palco, se encontravam diversas vezes no meio para tocarem juntos. A baixista também mostrou entrosamento com Giovanna.
O que já era notado antes, ficou ainda mais perceptível aqui: o carisma de Marina com o baixo. O sorriso enquanto caminhava e brincava com a plateia rendia gritos de fãs para ela, que ria de volta. A baixista também interagia com o baterista de tempos e tempos enquanto preenchia muito bem seu espaço do palco.
Fantasma-solidão, que também é do disco de estreia, quebrou a ordem idêntica ao do álbum, que vinha sendo apresentada até então. Durante essa música, chamou a atenção os olhares de parte dos integrantes para a equipe que estava ao lado, indicando possíveis problemas de áudio. No entanto, ao final da faixa, houve uma pausa em que o grupo se apresentou à plateia e Giovanna brincou que parou o som no ouvido exatamente naquele instante, mas, tratou como brincadeira, afirmando logo depois “tá tudo certo, não tem nada errado, vamos em frente”.
Quando saio de mim foi a próxima e, nesta hora, o espaço destinado ao palco coberto já estava consideravelmente preenchido pelo público que havia chegado ao festival. Na grade e um pouco mais distante de onde os músicos se apresentavam, as pessoas estavam cada vez mais entregues ao estilo e sonoridade mostrada pela Putz. Mesmo com músicas com letras metafóricas e introspectivas, a plateia dançava com os acordes de guitarra e a voz suave e aguda de Giovanna.
Grave subiu a energia após Quando saio de mim, elevando os que ansiavam pela banda e os que ainda não a conheciam. Mesmo os mais tímidos, mexiam as cabeças e olhavam atentamente ao que acontecia em cima do palco. Mergulhar e Temporal seguiram da mesma forma, energéticas e magnéticas.
Para finalizar os 30 minutos de show, Vou Cair, com Deb Babilônia, vocalista da banda Deb and The Mentals, terminou de apresentar a banda Putz a maior parte da plateia do Oxigênio. Com um show cativante, cheio de personalidade de todos os integrantes, e interpretações impecáveis das músicas de estúdio, o quarteto se firmou como uma grande surpresa de quem ainda não os conhecia e marcou seu nome no festival.